Tuesday 5 July 2016

À procura de como incluir diferenças

Por estar a fazer voluntariado com crianças com necessidades especiais ando a tentar saber mais para conseguir ajudar melhor.
Ao ler no facebook da Rosa M., Rosita para mim, adorei o que escreveu sobre como foi determinante a leitura de um livro para a escolha da escola que incluía crianças com deficiência para ser a escola do seu filho. Que orgulho!!!
A Mãe de Maria, de Ana Rebelo, é o livro que pedi aos meus Pais para comprarem e mo mandarem. Li-o numa penada. E faço a transcrição de algumas passagens que gostei e que nos fazem ter mais consciência de como incluir as diferenças ou a diversidade com que nos vamos cruzando na vida.

"(...) Mas diz-me a minha experiência que quanto menos se perceber, mais natural é a inclusão. (...) Basta abrir verdadeiramente o coração e dar-lhes amor. O resto vem naturalmente."

"(...) Digo sempre que, nestes 16 anos, aprendi muito mais com a Maria do que lhe ensinei, entre outras coisas: que ser feliz é uma escolha, que podemos comunicar sem falar, que é preciso festejar cada vitória, seja ela grande ou pequena, e que é simples falar sobre (e aceitar) as diferenças. Agradeço-lhe, sobretudo, por me permitir viver, da forma mais pura, este amor incondicional. Como é ser mãe da Maria? É isto! (...)"

"(...) Qual o pai ou mãe que não deseja que o seu filho seja uma pessoa sem preconceitos, saiba colocar-se no lugar dos outros, que dê sempre o seu máximo para se superar, saiba ajudar os que estão ao seu lado, que seja flexível ou lide sem medo com as suas próprias limitações, que dê valor às coisas pequenas, perceba que não tem de saber fazer tudo, mas que deve sempre esforçar-se por fazer bem? Partilhar o dia a dia com crianças com deficiência tem uma enorme importância na construção da personalidade de cada um. (...)"

"(...) desde quando é que, para incluir alguém, precisamos de ter um curso intensivo? O primeiro passo é garantidamente olhar de coração aberto porque, olhando para o exemplo da Maria, depressa se percebe até onde consegue chegar e sonhar até onde poderá ir. Eu também não sabia, mas como mãe tive de descobrir. (...)"

"(...) A Maria entrega-se num abraço e fá-lo de todas as vezes que entrelaça com carinho os seus braços delicados à volta do pescoço de alguém. Esta entrega é dos gestos  mais extraordinários que já vivi porque até hoje nunca senti com mais ninguém. A verdade é que, por mais que sejamos próximos e criemos laços profundos com os outros, há sempre algo que não nos deixa dar tudo logo e por inteiro. A minha filha não, a Maria confia sempre!

E apesar de já ter transcrito um lençol - mas com autorização da autora Ana Rebelo - e por ter uma proximidade com a Kavita, que é cega, não resisto a transcrever uma parte em que conta a história de uma outra família que tinha um filho cego.

"(...) Certo dia, tropeçou num dos filhos sentado às escuras no corredor de casa. Espantada, perguntou-lhe o que fazia ali. A resposta apanhou-a desprevenida:
- Ó mãe, estou aqui às escuras porque quero aprender como é que é o mano.
- Mas porquê?
Estava baralhada.
- Então, se ele não vê, quer dizer que vai estar sempre às escuras. E eu quero entender de que forma é que ele sente o mundo, como é que ele vê a nossa casa. (...)"

A motivação para continuar o meu voluntariado e a estar com estas crianças cresceu! Obrigada Ana Rebelo, obrigada Rosita pelas lições de vida de que vão dando exemplo.

E passados uns dias de ter escrito este post, vou por acaso ao blogue da Ana Rebelo, A mãe da Maria e nem quero acreditar que transcrever parte deste post. Estou profundamente agradecida à Ana Rebelo.

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