Friday, 25 November 2016

Desafio: um ano de Índia!

Faz precisamente hoje um ano que chegámos à Índia! 
O meu balanço é positivíssimo. Claro que há milhares de coisas que não gosto na Índia assim como outras milhares que adoro, mas isso é como em tudo o resto na vida... A verdade é que hoje parei para pensar no que foi o primeiro ano. E, como não podia deixar de ser, neste blogue que só em Dezembro faz um ano. Escrevi menos do que tinha pensado quando o lancei, mas estou contente por ter começado. 
Hoje quero lançar um desafio a quem me lê, nem que seja só de vez em quando. Neste primeiro ano de blogue escrevi mais ou menos uma média de um post em cada dois dias. Gostava que respondessem para o meu email raquel.da.camara@gmail.com:

Qual o tipo de post ou um post em concreto que prefereriram e porquê?

É mais uma ajuda para saber por onde me orientar e o que explorar. Duas linhas e dão-me uma ajuda enorme! Agradeço todos os comentários ou sugestões que quiserem partilhar comigo! 


Tuesday, 22 November 2016

Dhanyavad

E porque adoro fazer anos, só podia ter ido passar uma parte do meu dia com o João e com as crianças que têm dado sentido aos meus dias aqui na Índia. Estou-lhes profundamente agradecida pelo amor incondicional que representam e pela aprendizagem que tem sido a vivência de tantos momentos com tantas delas. À família e amigos distantes agradeço também terem-se feito presentes pelos telefonemas e mensagens. E a Deus por me ter dado esta vida sempre tão cheia!!!

Sunday, 20 November 2016

Ida ao talho...

Esta é uma das modalidades de talho que há por cá. Tenho de admitir que evito ao máximo este tipo de experiências, dão-me completamente a volta ao estômago. Mas escrevo para mostrar uma técnica única de cortar carne que nunca tinha visto antes. Reparem, primeiro o "facalhão" está no meio dos dois primeiros dedos dos pés e é a destreza com que cortam a carne com um pé que me deixa sem acreditar no que estou a ver. Depois penso na gigantesca diferença cultural sobre higiene. E, por fim, só quero desaparecer dali o mais depressa possível. Esta experiência explica uma parte da diminuição do consumo de carne cá em casa. 

Dia Universal da Criança

Hoje é o dia Universal da Criança por ter sido exactamente neste dia e mês mas do ano de 1989 que foi  adoptada a Convenção Sobre os Direitos da Criança (CDC). Muito já foi feito desde então, mas ainda está muito por fazer.
A CDC é o instrumento base de trabalho do UNICEF. Há um ano atrás estava a trabalhar no UNICEF Angola. E foi mais ou menos à volta deste dia que se realizou uma conferência para debater o casamento infantil. Para lançar o debate, fiz um guião, pedi autorização à escola para entrevistar algumas crianças para me darem o seu testemunho sobre o tema. Recordo com imensa alegria as filmagens e a interação, mesmo que breve, com estas crianças. Que saudades...
Hoje não podia de escrever para lembrar que ainda há tantas e tantas crianças que não têm os seus direitos básicos e mínimos assegurados e que todos podemos fazer algo por mais pequeno que possa parecer.

Hallelujahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Esta música de Leonard Cohen tem sido cantada ao longo dos anos, desde 1984 quando foi gravada, por vários cantores. Aqui fica uma das últimas versões interpretada pelo grupo Pentaponix. As vozes são de uma beleza!!!
Sem dúvida, uma das melhores formas de alguém se imortalizar e deixar um legado para toda a humanidade.

PS - Obrigada queridos Sofia e Vasco TM!

Saturday, 19 November 2016

Desmonetarização na Índia?!?

Foi no passado dia 8 de Novembro que o Primeiro Ministro - PM - da Índia, Modi, declarou este gigantesco "palavrão" que se destina às notas de 500 e 1000 rupias. E deu como prazo o fim deste ano para as pessoas trocarem as notas que têm consigo. Mas acrescentou mais critérios: cada pessoa só pode trocar no máximo 2000 das notas antigas pelas notas novas; tudo o resto tem de ser depositado mas com a justificação da proveniência do dinheiro se for acima de um determinado montante.
Ao mesmo tempo que pediu a compreensão, durante 50 dias, para outra medida: cada conta bancária apenas pode levantar em "cash" 24.000 rupias - que corresponde a € 350 - por semana. Tudo o resto deverá ser feito por cartões de débito e crédito.
Esta decisão do Governo indiano destina-se a combater a corrupção que grassa no país e os mais variados negócios ilegais. É uma medida necessária na Índia mas as consequências práticas estão a afectar muito a população mais pobre, que na Índia atinge uma das percentagens mais elevadas do mundo, assim como da população  que vive nas zonas rurais.
E, em termos logísticos o efeito é caótico junto dos ATMs. 
Os jornais já dizem que se a cunhagem da moeda continuar ao ritmo que tem estado vão ser precisos 120 dias, ou seja, quatro meses até a situação estar normalizada. Vamos ver como vai correr... 

Friday, 18 November 2016

Mrs. Tara Gandhi Bhattacharjee talk!

Depois de ter conhecido a neta do Gandhi decidi convidá-la para uma conversa com algumas senhoras que conheço e ser uma conversa baseada nas perguntas que cada uma trazia. Desde que lhe fiz o convite que o interesse, disponibilidade e entusiasmo foram completos. Concordou com tudo o que lhe propus com excepção da gravação da conversa. O dia 16 de Novembro, às 2:30 da tarde foi o dia.
Como Gandhi fazia as suas próprias roupas tendo criado um tipo de tecido único que de chama khadi -símbolo da sua "revolução"- pedi à Mrs. Gandhi se tinha alguns tecidos khadi para poder expor.
Depois a conversa. A forma doce e decidida como fala, os risos e as suas lindíssimas mãos a acompanharem a conversa.
Falou sobre o seu avô com uma admiração enorme e quase maior pela sua avó. Sublinhou que antes do seu avô ser o pai da Índia, já a sua avó, apesar de iletrada, era mãe da Índia. Sobre as mais fortes recordações do seu avô, referiu a vibração que se podia sentir só por estar ao seu lado, o seu sorriso e sentido de humor e o divertido que era estar com Gandhi. 
Apesar de não ser preciso dizer nada sobre Gandhi, esta figura que ganhou um peso mundial, quis passar este pequeno vídeo só para avivar algumas das suas célebres frases ou máximas.
Por fim, foi tempo para quem quisesse levar a autobiografia de Gandhi autografada pela sua neta.
Mais uma vez pude comprovar a distinção da Mrs. Tara Gandhi Bhattacharjee. Um dia que ficará para sempre guardado nas minhas memórias. 

Saturday, 12 November 2016

Udaipur, a Veneza da Índia

No estado do Rajastão, Udaipur, era a cidade acabada em "pur" - que quer dizer terra - que nos faltava. As imagens falam mais que as palavras e mesmo assim...
A visita dos amigos do João, a Josepha e o António A.C. fizeram com que esta visita acontecesse mais depressa e foram uma companhia do melhor que há!

Sem qualquer dúvida uma cidade a não perder, um enorme contraste para quem vem de Deli. O silêncio, os lagos, as ruas estreitas cheias de vida e de cor. 
E claro, os palácios dos Marajás. 
Parece que entramos nas histórias das mil e uma noites.
E para a acabar em beleza, perguntámos onde podíamos ir à missa e a igreja era de Nossa Senhora de Fátima!!! 

Monday, 7 November 2016

Lina, 10 anos...


Fez no dia 6 de novembro dez anos que morreste na missão de Fonte Boa, província de Tete, em Moçambique. Convivemos durante dois meses, eu estava de partida, tu de chegada mas a empatia foi quase automática. Ensinaste-me coisas tão simples sobre agricultura que me deixavam fascinada. Mas o que mais me marcou foram as nossas conversas e, acima de tudo, a espiritualidade que sentia em ti.
Quinze dias antes da tua morte, eu voltei a Moçambique de férias e estivemos juntas. A conversa de horas que tivemos sobre as tantas emoções que estavas a viver vão ficar gravadas no meu coração para sempre. 
Fiquei chocada, angustiada e quase revoltada com a tua morte. Foste tu e o Pe. Valdyr mas podia ter sido qualquer missionário daquela missão. Depois, a ida a Aguiar da Beira num dos anos em que consegui ir, o estar com a tua família e com todos os que se mobilizaram para rezarem pelo teu serviço e pela tua vida interrompida, comoveu-me muito e percebi que estavas sempre aqui.
As nossas conversas continuam e espero que assim continuem até chegar também a minha hora. Como aprendi em Moçambique, Lina, "estamos juntas!"